Reflexões sobre a Política no Brasil
O XIII Fórum da Justiça Eleitoral de Sergipe convenceu magistrados, servidores e especialistas em um intenso debate sobre os “Desafios da Política no Brasil Contemporâneo”. Organizado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE) em colaboração com a Universidade Federal de Sergipe (UFS), o evento ocorreu no plenário Fernando Ribeiro Franco e teve um formato híbrido, facilitando a participação de um público amplo.
A cerimônia de abertura foi marcada por discursos significativos. Às 8h30 do dia 7 de novembro, o juiz federal Tiago Brasileiro deu início ao encontro, enfatizando a importância da Justiça Eleitoral em promover uma discussão qualificada e transparente acerca dos desafios atuais. “Este Fórum simboliza o compromisso da Justiça Eleitoral com o conhecimento e a construção de uma democracia mais robusta”, disse Brasileiro, destacando a relevância da reflexão coletiva sobre temas críticos.
Logo após, a procuradora-chefe do Ministério Público Federal, Eunice Andrade Dantas, sublinhou a urgência de monitorar as mudanças rápidas no cenário político. “Vivemos um período de transformações que exigem de nós preparo e sensibilidade. Que este encontro fortaleça a conscientização do eleitor sobre a liberdade do voto”, declarou, ressaltando o papel vital da educação política na sociedade.
A vice-reitora da UFS, Silvana Aparecida Bretas, também se fez presente, destacando o papel essencial da pesquisa acadêmica na formulação de políticas públicas. “As universidades têm um papel fundamental ao proporcionar conhecimento que não apenas informe, mas que também transforme a realidade social”, afirmou, destacando a interação entre a academia e a prática política.
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Fonte: olhardanoticia.com.br
Diálogos Urgentes na Política Brasileira
O primeiro bloco de debates, mediado pelo Prof. Dr. Marco Aurélio Dias (DCS/PPGS/UFS), trouxe à tona questões prementes sobre a participação feminina e a corrupção no Brasil. A Profa. Dra. Fernanda Rios Petrarca (DCS/PPGS/LEPP/UFS) apresentou uma palestra sobre a presença das mulheres na política, enfatizando que a análise deve ir além dos números eleitorais. “Não se trata apenas de preencher candidaturas, mas de realmente amplificar as vozes femininas e garantir que suas trajetórias tenham impacto nas decisões públicas”, enfatizou.
Seguindo essa linha, o Prof. Dr. Wilson José Ferreira de Oliveira (DCS/PPGS/LEPP/UFS) abordou a luta anticorrupção, revelando como essa agenda tornou-se central no debate político brasileiro. Ele observou que a corrupção passou a ser uma questão que influencia diretamente as preferências eleitorais, redefinindo alianças e moldando a percepção pública.
O Prof. Dr. Péricles Andrade (DCS/PPGS/UFS) concluiu o primeiro ciclo de debates refletindo sobre o ativismo religioso na política. “A laicidade, que deveria garantir um espaço neutro, tem sido desafiada por um aumento na presença de agentes religiosos nas esferas públicas”, disse Andrade, ressaltando a influência crescente do que ele chama de ‘consórcio cristão’.
Ampliação da Representatividade Feminina
Na parte da tarde, as discussões continuaram em um formato totalmente virtual. A Mesa 2, conduzida pela Dra. Adriema Fortuna (PPGS/LEPP/UFS), abordou a agenda anticorrupção e a presença feminina na política. A Dra. Pâmella Synthia Santos (PPGS/LEPP/UFS) apresentou sua pesquisa sobre o perfil de mulheres no Poder Executivo municipal de Sergipe, destacando a necessidade de efetivar legislações que garantam sua participação.
A cientista social Vanessa Silva da Anunciação (PPGS/LEPP/UFS) trouxe à tona questões de desigualdade racial entre candidatas e eleitas, sublinhando como a interseccionalidade de gênero e raça impacta as chances de mulheres na política. Para a pesquisadora, é crucial implementar políticas que promovam a equidade e a representatividade adequada.
O sociólogo Dr. Artur Nunes (LEPP/UFS) apresentou uma perspectiva histórica sobre o papel do Ministério Público Federal na luta contra a corrupção desde a Constituição de 1988, destacando sua evolução para se tornar um agente central na defesa de interesses sociais e no fortalecimento das práticas democráticas.
Desafios e Oportunidades para o Futuro
Na mesa de discussões final, mediada pelo Dr. Saulo Barbosa (PPGS/LEPP/UFS), foram abordadas a construção da corrupção como problema público e o uso de cargos comissionados como forma de controle eleitoral. O coordenador da COPEG, Marcelo Gerard, destacou como o clientelismo atual se relaciona com práticas históricas de poder, pressionando por uma análise crítica das estruturas políticas.
Por fim, Dr. Hermano de Oliveira Santos, assessor de gestão do TRE-SE, propôs uma reinterpretação do domicílio eleitoral como uma estratégia para reduzir a abstenção e facilitar o exercício do voto. A proposta visa ampliar a inclusão e garantir o acesso efetivo à cidadania, ressaltando a importância do serviço prestado pela Justiça Eleitoral.
Após o encerramento do Fórum, foram divulgados os anais do evento e a Revista Democracia e Sociedade, uma colaboração entre TRE-SE e UFS, que oferece uma plataforma para pesquisadores divulgarem seus trabalhos. Além disso, uma página especial foi criada para facilitar o acesso às informações do evento, evidenciando o compromisso com a acessibilidade e a inclusão.
